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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Cantor Tony Morais é assassinado e três suspeitos foram presos


Tony Morais havia sacado R$ 10 mil de um banco na Água Fria e foi baleado dentro da caminhonete dele

O cantor e produtor musical José Antônio de Morais Pires, 48, o Tony Morais, foi morto ontem, em uma suposta tentativa de assalto ´saidinha´, na Grande Messejana. Ele havia sacado a quantia de R$ 10 mil e foi baleado por dois bandidos que estavam em uma moto. Tony foi levado para o hospital por três homens, que acabaram presos, pois estavam com o dinheiro da vítima escondido sob as roupas.

Os três homens suspeitos do crime negaram envolvimento no caso. Eles revelaram, porém que se apoderaram do dinheiro que o cantor transportava no veículo. Dois deles já possuem antecedentes criminais, segundo a Polícia fotos: Kiko silva

O comerciante Cícero Morais, irmão do cantor, disse que ele saiu de casa, no bairro Água Fria, no fim da manhã, e se dirigiu à agência do Bradesco na Avenida Washington Soares. Sacou R$ 10 mil e, no caminho para o seu escritório, localizado na Rua Afonso Henrique, no Conjunto São Miguel, na Grande Messejana, conforme testemunhas, teve sua Hilux branca interceptada por dois desconhecidos.

Os bandidos estavam em uma moto. Um deles desceu e efetuou um disparo, que atingiu o cantor próximo à axila esquerda. Mesmo ferido, ele tentou fugir dos agressores e colidiu com a Hilux no muro de uma casa.

Socorro e furto
O capitão PM Rolney Santos, do Batalhão de Policiamento Comunitário (BPCom-Ronda do Quarteirão), disse que tomou conhecimento do crime e foi ao local. O oficial relatou ter encontrado populares tentando socorrer o cantor na própria caminhonete dele e acompanhou o socorro até o Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira, o ´Frotinha´ de Messejana.

Perito Ireudo Pereira examina a caminhonete Hilux do artista em busca de pistas que possam esclarecer o assassinato. Dentro do carro havia manchas de sangue. A descoberta de impressões digitais pode levar à identificação de suspeitos

"Notei que um dos homens que havia levado a vítima para o hospital estava bastante nervoso e pediu para ir embora, afirmando que estava passando mal. Estranhei a situação e pedi para ele aguardar. Enquanto isso, resolvemos realizar uma busca pessoal nos três e encontramos a quantia de R$ 10 mil divididos entre eles e demos voz de prisão", contou o capitão Rolney.

O trio foi levado para o 6º DP (Messejana) e apresentado à delegada Letice Ferreira, que está respondendo pela distrital.

Antônio Marcos Neto da Silva, 27; Jorge Adriano Gonçalves Lima, 28; e Jardel dos Santos Alves, 20, negaram ter atirado contra o cantor. Os três foram autuados em flagrante no 6º DP por furto qualificado. A delegada Letice Ferreira não quis conversar com a Reportagem sobre as acusações e participação dos três acusados.

No fim da tarde de ontem, na saída da delegacia para o exame de corpo de delito e residuográfico na sede da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Antônio Marcos falou com a Imprensa. Ele disse que estava com os dois amigos próximo ao local onde o cantor foi baleado e ouviu um único barulho parecido com o disparo de uma arma de fogo.

O cantor foi baleado ainda dentro seu veículo. A Polícia descobriu que, antes do crime, ele havia sacado dinheiro em um banco na Água Fria FOTO: REPRODUÇÃO

"Fomos saber o que tinha acontecido e já encontramos as pessoas próximo ao carro, tentando abrir a porta. Uma pessoa quebrou o vidro e abriu a porta. Tiramos ele (Tony) do banco do motorista, colocamos no banco de trás e fomos para o hospital, com a ajuda da Polícia para liberar o caminho. O dinheiro estava caindo no chão e um deles (comparsas presos) pegou", contou.

Divisão
Ele negou ter feito qualquer divisão do dinheiro no percurso até o Frotinha, mas conforme a PM, a quantia sacada pelo cantor já havia sido rateada entre os três. Antônio Marcos disse ainda que o cantor teria pedido para que não o deixassem morrer. "Eu respondi para ele que, se dependesse de mim, ele não morreria", afirmou aos jornalistas.

Segundo levantamentos realizados pela Polícia, Antônio Marcos já responde a processos na Justiça Estadual por crime contra a administração pública, ameaça e tráfico de drogas. Jardel Alves também foi preso anteriormente por furto. Dois dias depois da prisão, ele conseguiu escapar do 35º DP (Curió), mas acabou recapturado.

Investigação
O diretor adjunto da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Franco Pinheiro, esteve no 6º DP e no local do crime. Pinheiro disse que, inicialmente, a Polícia investiga o caso como um homicídio seguido de um furto. No entanto, afirmou que não está descartada a hipótese de que o trio preso seja acusado de latrocínio (roubo seguido de morte).

O perito Ireudo Pereira, da Coordenadoria de Criminalística (CC), da Pefoce, analisando vestígios na caminhonete da vítima, disse que não foram encontradas cápsulas ou projéteis no interior do veículo. Ele afirmou ainda não ser possível afirmar qual o calibre da arma que atingiu o cantor, pois o vidro foi quebrado pelos moradores.

O irmão da vítima, Cícero Morais, disse que a família vai acompanhar a apuração do crime de perto. "Acredito que meu irmão foi vítima de uma ´saidinha´, pois ele não tinha inimigos. Agora vamos sair da dor para a guerra. Continuaremos até o final exigindo Justiça", desabafou.

EMERSON RODRIGUESREPÓRTER

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