Quixelô Na última década, cresceu o número de projetos de
criação de tilápias em gaiolas instaladas em várias comunidades ribeirinhas no
Açude Orós, o segundo maior do Estado. Para comemorar os resultados positivos de
aumento da renda familiar e melhoria de vida, centenas de piscicultores
participaram ontem, na localidade de Jiqui, zona rural deste Município,
Centro-Sul do Ceará, do II Festival do Peixe de Quixelô.
O evento foi
promovido pela Secretaria de Agricultura do Município, em parceria com várias
instituições que apoiam o projeto produtivo. Os primeiros criatórios começaram a
ser implantados há dois anos e hoje totalizam nove grupos, beneficiando 124
piscicultores nas localidades de Jiqui, Boa Vista, Ilha Grande e Vassouras, no
entorno do Açude Orós. Foram investidos R$ 1,5 milhão por meio do Programa de
Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), do Banco do Brasil, com recursos do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Os
piscicultores comercializam o quilo do pescado a R$ 4,50 e a produção atual está
em torno de 60 toneladas. Em toda a bacia do Açude Orós a produção chega em
média, por mês, a 340 toneladas, oriundas de 40 grupos associativos de criação
de tilápias e de sete mil tanques redes. "Essa produção é o dobro da verificada
no Açude Casta-nhão", observa o engenheiro de pesca, Paulo Landim. "O mercado é
amplamente favorável e a demanda é
crescente".
Atravessador
O prefeito de Quixelô,
Gilson Oliveira, disse que era preciso eliminar gradativamente a presença do
atravessador que impõem um preço reduzido para os produtores. Durante o evento,
Oliveira solicitou do assessor da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Estado,
Ricardo Campos, apoio para aquisição de um caminhão frigorífico e de uma fábrica
de gelo. "Os projetos estão em expansão, a procura pelo pescado e precisamos de
mais investimentos", disse. "O setor está em crescimento e quem produz pescado
está satisfeito com a nova atividade econômica que amplia a renda
familiar".
A secretária de Agricultura de Quixelô, Marta Rocha, disse que
o Município vai continuar investindo em atividades produtivas para beneficiar a
agricultura familiar. "Vimos o potencial das águas do Açude Orós e tivemos a
ideia de aproveitá-la implantando projetos de criação de pescado em
tanques-redes", disse. "A ideia deu certo e os pescadores divididos em grupo
mantêm outras atividades econômicas".
Para o vice-prefeito de Quixelô,
José Simão, o exemplo dos projetos associativos de produção implantados na
região de Jiqui, na zona rural de Quixelô, é um exemplo a ser seguido por outras
comunidades. "Em pouco tempo há resultado satisfatório de ampliação da renda
familiar e da autoestima dos pescadores", disse. "Muitos filhos de Quixelô que
estavam trabalhando em outras cidades e Estados estão retornando porque
acreditam na viabilidade dos criatórios de
tilápia".
Programação
O Festival do Peixe de
Quixelô inclui apresentações culturais de jovens da comunidade, concurso de
histórias de pescador, concessão de comendas e palestras sobre temáticas ligadas
à atividade. As perspectivas da pesca no Ceará e as formas de atuação do
programa de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil foram
explanadas para os participantes.
O evento foi realizado nas margens do
Açude Orós e foram instaladas cinco tendas para proteger os participantes do
sol.
Enquanto que a maioria dos agricultores lamentam as perdas da
lavoura tradicional de grãos por causa da seca que atinge o sertão do Ceará, os
pescadores do entorno do Açude Orós comemoram os bons resultados com a atividade
de criação intensiva de pescado. "Os resultados estão bons e estamos
satisfeitos", disse o piscicultor, Eugênio dos Santos. Em média, a renda de cada
família cresceu cerca de R$ 500,00 por
mês.
Positivo
O gerente geral da agência do Banco
do Brasil, em Orós, Hélio Pinto, disse que as primeiras avaliações sobre o
projeto de piscicultura instalados no reservatórios são positivos, mas por
enquanto não haverá novos investimentos. "Os resultados mostram que houve
inclusão social, ampliação da renda familiar e da autoestima", frisou. "Há
potencialidade, a demanda é crescente, mas precisamos crescer com segurança e
sustentabilidade".
O projeto de piscicultura é implantado em parceria com
o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Sebrae, CVT, Instituto Elo Amigo, Governo
do Estado e Prefeitura Municipal.
Mais
informações:
Prefeitura de Quixelô
Secretaria Municipal de
Agricultura
Região Centro-Sul
Telefone: (88) 3579.
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HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER
Fonte - Diario do nordeste
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