Policial militar é investigado por facilitar entrada de celulares

Foram encontrados, em um armário de um policial militar na Casa de Privação Provisória de Liberdade Luciano Andrade Lima (CPPL I), em Itaitinga, 13 aparelhos celulares, 12 fones de ouvido, três cabos USB e a quantia de R$ 2.700 em notas de R$ 20 às 16h30min de ontem. O PM faz parte da guarda externa da CPPL I e será investigado, criminal e administrativamente, por supostamente ter facilitado a entrada dos aparelhos de comunicação para dentro do presídio.

O processo administrativo pode resultar no afastamento e expulsão do policial. O PM estava sob investigação das Coordenadorias de Inteligência das Secretarias da Segurança Pública e da Justiça após uma série de indicativos de que teria facilitado a entrada do material na Casa Provisória. A apuração começou porque, há cerca de 20 dias, segundo o major Marcelo Praciano, comandante da Companhia de Policiamento de Guardas, foram encontrados em poder dos presos da CPPL 1, 54 aparelhos celulares, 118 chips, e 20 cabos USB. O levantamentos dos indicativos que teria ajudado a levantar suspeitas conta o PM não foram divulgados.

A partir disso, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) passou a investigar se havia algum policial ou funcionário da Secretaria da Justiça que estaria facilitando a entrada dos celulares.

“O policial assumiu a posse do material encontrado, mas afirmou que também trabalhava com a venda de celulares. Como não foi feito flagrante de nenhuma transação comercial, ele continuou cumprindo o serviço na CPPL 1. Deve sair amanhã e ir prestar esclarecimentos na Delegacia Metropolitana de Itaitinga”, afirma Praciano.

Se após a conclusão do inquérito criminal ficar provado que o PM não facilitava a entrada do material no presídio, ainda assim, ele poderá responder um processo por exercício de atividades extras – popularmente conhecidas como bicos, proibidos para quem exerce atividade policial. Segundo o relações públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano, o resultado do processo também pode resultar no afastamento ou expulsão do PM dos quadros da Polícia.

A investigação criminal será realizada pela Delegacia Metropolitana de Itaitinga. Enquanto isso, o policial deverá continuar exercendo normalmente suas funções.

O POVO opta por não divulgar o nome do PM, nem a patente para evitar a identificação do policial já que não houve flagrante.

ENTENDA A NOTÍCIA

A investigação sobre a suposta facilitação de entrada de aparelhos celulares e outros equipamentos de comunicação deve ser conduzida pela Delegacia Metropolitana de Itaitinga. Enquanto isso, ele segue as atividades.

Saiba mais

Além da Casa de Privação Provisória de Liberdade Luciano Andrade Lima (CPPL 1), em Itaitinga, existem outras três casas de custódia: a CPPL Professor Clodoaldo Pinto, em Aquiraz; CPPL Professor José Jucá Neto, também em Itaitinga, e a Desembargador Adalberto de Barros Leal, em Caucaia.

De janeiro de 2011 até 3 de abril,foram expulsos 88 policiais militares,

sendo 11 por envolvimento com o crime organizado (12,5%), homicídio (9%) e agressão física (7,9%), conforme O POVO noticiou no último dia 24 de abril.

Fonte: O Povo