Até o fim deste ano, estará implantado em todos os
municípios cearenses o novo teste de diagnóstico do calazar canino, que
apresenta o resultado em 15 minutos. No Estado, a população de cães é de cerca
de 1,7 milhão de animais.
O novo teste possibilita o diagnóstico imediato, enquanto que o teste de
laboratório demora mais de um mês para dar o resultado. O Núcleo de Controle de
Vetores (Nuvet), da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), dispõe de 200 kits
para dar início, em junho, aos testes rápidos de calazar em cães.
Segundo a Sesa, o exame de laboratório passará a ser realizado somente para
confirmar os resultados positivos do teste rápido, que dispensa estrutura
laboratorial e equipamentos, facilitando o uso no campo. Os testes serão
realizados em cães pelos agentes de endemias, durante as visitas
domiciliares.
Capacitação
A capacitação dos agentes municipais de endemias será feita por técnicos das
21 Coordenadorias Regionais de Saúde (Cres) que participam do curso de
Atualização em Vigilância e Controle de Leishmanioses, realizado pela Sesa até
esta sexta-feira (18).
O curso tem 45 participantes, incluindo técnicos das unidades do Laboratório
Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) de Fortaleza, Senador Pompeu, Tauá,
Icó, Crato e Juazeiro do Norte e de dez centros municipais de controle de
zoonoses.
Entenda a doença
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários
transmitido ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos
vetores ou transmissores. De modo geral, essas enfermidades se dividem em
leishmanioses tegumentares, que atacam a pele e as mucosas, e viscerais (ou
calazar), que atacam os órgãos internos. A leshmaniose visceral é transmitida
pela picada do inseto comumente conhecido como mosquito palha. Se picar um
cachorro contaminado e depois uma pessoa, essa pessoa pode ficar doente. A
leishmaniose visceral humana é uma doença infecciosa, mas não contagiosa.
Segundo o Ministério da Saúde, crianças e idosos são mais suscetíveis à
enfermidade, que pode levar a óbito até 90% dos casos não tratados. O tratamento
é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que indica repouso,
boa alimentação e o uso de medicamento por um período de 15 a 30 dias,
dependendo da gravidade.
Quase 1.500 casos
Em 2011, o Ceará registrou 660 casos de leishmaniose visceral e 43 óbitos
pela doença. De leishmaniose tegumentar foram registrados 816 casos e 4 óbitos.
Há, ainda, cinco óbitos por leishmaniose não especificada.
Diário do Nordeste
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