(Fonte - Diário do Nordeste)
Ibama apoia as iniciativas particulares, tendo três unidades de criação de diferentes espécies em Iguatu
Iguatu. Nesta cidade, na região Centro-Sul, há três unidades de criação de aves silvestres, legalizadas e fiscalizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Duas funcionam na sede urbana e outra em uma ilha, no Açude Trussu, em uma ampla área com vários tipos de fruteiras, vegetação da caatinga e água em abundância.
O Açude Trussu fica distante cerca de 20 Km do centro desta cidade. Para chegar à ilha onde está instalada a unidade mantenedora ou conservacionista de criação e manejo de animais silvestres em cativeiro, é preciso percorrer quase uma hora de barco. O criatório surgiu de um sonho do bioquímico Durval Couras, que gosta de criar canários da terra desde menino.
Nascido e criado no sítio Angicos, zona rural de Quixelô, Durval Couras mantém viva a lembrança da infância. "Naquele tempo, havia pássaros de várias espécies em abundância no meio das matas, nas roças", disse. "Eu nunca pratiquei caça e gostava de criar os canarinhos, que faziam ninhos perto de casa e sob o telhado no alpendre".
O tempo passou e Durval Couras manteve o sonho de criar aves. Iniciou com um projeto pequeno, em casa, e depois transferiu para a ilha no Açude Trussu. Após dez anos de espera, finalmente, obteve, em julho passado, a autorização do Ibama para exercer legalmente a criação conservacionista.
A unidade dispõe de seis viveiros de dezenas de pássaros: papagaio, arara, ararajuba, ferreiro, trinca ferro, xexéu, corrupião (sofreu), graúna, sabiá laranjeira, sabiá da praia, galo de campina e um espécie rara e importada, loren, uma ave que tem uma plumagem colorida, verde em tons escuro e claro, amarelo, vermelho e preto.
No total, são 62 aves que foram doadas pelo Ibama, após serem apreendidas pela fiscalização do órgão. A alimentação é farta com vários tipos de frutas (banana, goiaba, coco, mamão, açaí, graviola), cana-de-açúcar, milho, xerém, amendoim, e as rações apropriadas para cada espécie. "Aqui, nós produzimos todas essas frutas, a unidade é autossuficiente e temos água em abundância", observou Couras.
Toda a ilha compreende uma área de 30 hectares, e da unidade conservacionista são três hectares. Galinha caipira, capote, peru, seriema, patos, ganso e pavão são criados à solta. O criatório conservacionista tem o acompanhamento de uma bióloga e de um veterinário e, com regularidade, são feitos relatórios. O custo médio de manutenção chega a R$ 600,00 por mês, sem incluir pagamento dos profissionais técnicos.
A burocracia dificulta o surgimento de outros criadores conservacionistas, por isso, é reduzido o número de pessoas que se dispõem a implantar uma unidade mantenedora de criação de animais silvestres. Há pessoas interessadas, mas a maioria esbarra no processo legal.
O chefe do escritório regional do Ibama em Iguatu, Fábio Bandeira, disse que essas unidades são importantes para a preservação da fauna nordestina. "A preferência dos criadores é por aves", observou. A implantação dos viveiros conservacionistas deve seguir normas previstas na legislação ambiental e regulamentadas na portaria do Ibama 169 de 2008.
Passo
O primeira coisa que a pessoa interessada em criar animais silvestres deve fazer é providenciar um cadastro no órgão, a elaboração de projeto arquitetônico e do plano de trabalho, que incluem descrição do imóvel, do ambiente, manejo de alimentação, fonte de água, espécies pretendidas, demonstrar capacidade financeira e orçamento detalhado da iniciativa.
O projeto arquitetônico, de engenharia civil e o plano de trabalho têm de ser elaborados por profissionais. Devem ser apresentados dados biológicos, características do criadouro (piso, aeração, proteção, luz, temperatura, exercício e repouso para os animais) e, também, dados sanitários da área.
As unidades são acompanhadas por biólogos e por veterinários. A assistência técnica é fundamental. O Núcleo de Fauna do Ibama faz a análise da documentação e, ser for aprovada, é concedida licença prévia.
Depois, em um prazo de 320 dias, a unidade deve estar concluída e passa por vistoria técnica do Instituto. Por último, é concedida a licença de operação.
"A partir da licença de operação, o proprietário está apto a receber animais apreendidos pela fiscalização do Ibama ou permutados de outros criatórios legalizados", explica a bióloga Ana Patrícia Oliveira dos Santos. Um profissional devidamente registrado no Conselho Regional de Biologia (CRBio) deve ser contratado para fazer o acompanhamento permanente das unidades e, ainda, um veterinário para realizar visitas periódicas.
A legislação exige também a elaboração de relatórios trimestrais e semestrais, com registro de ocorrências, fuga, furto, morte, quantidade e espécies recebidas e doenças. "Em caso de descumprimento, por exemplo, o criador poderá sofrer pena e perda do direito de manter a unidade. É preciso seguir as normas", explica a bióloga.
O criadouro conservacionista permite a reprodução de algumas espécies também sob autorização do Ibama e manejo correto. Um percentual é encaminhado para áreas de solturas, e o restante permanece na unidade de origem ou é remanejado para outros criadouros. Há um controle sobre a quantidade de reprodução, que deve ser compatível com a área.
Em todos, é necessário que seja feita a sexagem (definição do sexo por exame de sangue) na unidade mantenedora na qual não é permitida a reprodução. Machos e fêmeas devem conviver isoladamente para evitar o acasalamento.
Cuidados
Mesmo assim, se ocorrer o nascimento de animais, é preciso tomar os devidos cuidados. Até três dias de nascido, o animal deve ser anilhado, para possibilitar registro, monitoramento e evitar tráfego.
O chefe do escritório do Ibama, Fábio Bandeira, explica que todos os animais em criadouros são anilhados e os técnicos do Núcleo de Fauna fazem com regularidade e surpresa inspeções. "Animais apreendidos e que não têm condições de sobrevivência nas áreas de solturas permanecem em cativeiro", disse.
Blog Bem-Estar Pet
Para ler mais sobre animais de estimação confira o endereço http://blogs.diariodonordeste.com.br/bemestarpet
Facebook: Valeria Feitosa
Mais informações:
Escritório do Ibama
Rua Adeodato Cavalcante, 63
Horto Florestal
Iguatu
Telefone: (88) 3581. 2349
HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER
Ibama apoia as iniciativas particulares, tendo três unidades de criação de diferentes espécies em Iguatu
Iguatu. Nesta cidade, na região Centro-Sul, há três unidades de criação de aves silvestres, legalizadas e fiscalizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Duas funcionam na sede urbana e outra em uma ilha, no Açude Trussu, em uma ampla área com vários tipos de fruteiras, vegetação da caatinga e água em abundância.
O Açude Trussu fica distante cerca de 20 Km do centro desta cidade. Para chegar à ilha onde está instalada a unidade mantenedora ou conservacionista de criação e manejo de animais silvestres em cativeiro, é preciso percorrer quase uma hora de barco. O criatório surgiu de um sonho do bioquímico Durval Couras, que gosta de criar canários da terra desde menino.
Nascido e criado no sítio Angicos, zona rural de Quixelô, Durval Couras mantém viva a lembrança da infância. "Naquele tempo, havia pássaros de várias espécies em abundância no meio das matas, nas roças", disse. "Eu nunca pratiquei caça e gostava de criar os canarinhos, que faziam ninhos perto de casa e sob o telhado no alpendre".
O tempo passou e Durval Couras manteve o sonho de criar aves. Iniciou com um projeto pequeno, em casa, e depois transferiu para a ilha no Açude Trussu. Após dez anos de espera, finalmente, obteve, em julho passado, a autorização do Ibama para exercer legalmente a criação conservacionista.
A unidade dispõe de seis viveiros de dezenas de pássaros: papagaio, arara, ararajuba, ferreiro, trinca ferro, xexéu, corrupião (sofreu), graúna, sabiá laranjeira, sabiá da praia, galo de campina e um espécie rara e importada, loren, uma ave que tem uma plumagem colorida, verde em tons escuro e claro, amarelo, vermelho e preto.
No total, são 62 aves que foram doadas pelo Ibama, após serem apreendidas pela fiscalização do órgão. A alimentação é farta com vários tipos de frutas (banana, goiaba, coco, mamão, açaí, graviola), cana-de-açúcar, milho, xerém, amendoim, e as rações apropriadas para cada espécie. "Aqui, nós produzimos todas essas frutas, a unidade é autossuficiente e temos água em abundância", observou Couras.
Toda a ilha compreende uma área de 30 hectares, e da unidade conservacionista são três hectares. Galinha caipira, capote, peru, seriema, patos, ganso e pavão são criados à solta. O criatório conservacionista tem o acompanhamento de uma bióloga e de um veterinário e, com regularidade, são feitos relatórios. O custo médio de manutenção chega a R$ 600,00 por mês, sem incluir pagamento dos profissionais técnicos.
A burocracia dificulta o surgimento de outros criadores conservacionistas, por isso, é reduzido o número de pessoas que se dispõem a implantar uma unidade mantenedora de criação de animais silvestres. Há pessoas interessadas, mas a maioria esbarra no processo legal.
O chefe do escritório regional do Ibama em Iguatu, Fábio Bandeira, disse que essas unidades são importantes para a preservação da fauna nordestina. "A preferência dos criadores é por aves", observou. A implantação dos viveiros conservacionistas deve seguir normas previstas na legislação ambiental e regulamentadas na portaria do Ibama 169 de 2008.
Passo
O primeira coisa que a pessoa interessada em criar animais silvestres deve fazer é providenciar um cadastro no órgão, a elaboração de projeto arquitetônico e do plano de trabalho, que incluem descrição do imóvel, do ambiente, manejo de alimentação, fonte de água, espécies pretendidas, demonstrar capacidade financeira e orçamento detalhado da iniciativa.
O projeto arquitetônico, de engenharia civil e o plano de trabalho têm de ser elaborados por profissionais. Devem ser apresentados dados biológicos, características do criadouro (piso, aeração, proteção, luz, temperatura, exercício e repouso para os animais) e, também, dados sanitários da área.
As unidades são acompanhadas por biólogos e por veterinários. A assistência técnica é fundamental. O Núcleo de Fauna do Ibama faz a análise da documentação e, ser for aprovada, é concedida licença prévia.
Depois, em um prazo de 320 dias, a unidade deve estar concluída e passa por vistoria técnica do Instituto. Por último, é concedida a licença de operação.
"A partir da licença de operação, o proprietário está apto a receber animais apreendidos pela fiscalização do Ibama ou permutados de outros criatórios legalizados", explica a bióloga Ana Patrícia Oliveira dos Santos. Um profissional devidamente registrado no Conselho Regional de Biologia (CRBio) deve ser contratado para fazer o acompanhamento permanente das unidades e, ainda, um veterinário para realizar visitas periódicas.
A legislação exige também a elaboração de relatórios trimestrais e semestrais, com registro de ocorrências, fuga, furto, morte, quantidade e espécies recebidas e doenças. "Em caso de descumprimento, por exemplo, o criador poderá sofrer pena e perda do direito de manter a unidade. É preciso seguir as normas", explica a bióloga.
O criadouro conservacionista permite a reprodução de algumas espécies também sob autorização do Ibama e manejo correto. Um percentual é encaminhado para áreas de solturas, e o restante permanece na unidade de origem ou é remanejado para outros criadouros. Há um controle sobre a quantidade de reprodução, que deve ser compatível com a área.
Em todos, é necessário que seja feita a sexagem (definição do sexo por exame de sangue) na unidade mantenedora na qual não é permitida a reprodução. Machos e fêmeas devem conviver isoladamente para evitar o acasalamento.
Cuidados
Mesmo assim, se ocorrer o nascimento de animais, é preciso tomar os devidos cuidados. Até três dias de nascido, o animal deve ser anilhado, para possibilitar registro, monitoramento e evitar tráfego.
O chefe do escritório do Ibama, Fábio Bandeira, explica que todos os animais em criadouros são anilhados e os técnicos do Núcleo de Fauna fazem com regularidade e surpresa inspeções. "Animais apreendidos e que não têm condições de sobrevivência nas áreas de solturas permanecem em cativeiro", disse.
Blog Bem-Estar Pet
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Mais informações:
Escritório do Ibama
Rua Adeodato Cavalcante, 63
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Iguatu
Telefone: (88) 3581. 2349
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