Medidas para valorizar os policiais militares e bombeiros,
a aprovação no Congresso de propostas de interesse da categoria e anistia aos
que participaram do movimento grevista no início do ano deram o tom da audiência
pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado desta
terça-feira.
Segundo o presidente da comissão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), a ausência
de opiniões divergentes durante os debates demonstra que os casos de incitação à
greve ocorridos na Bahia, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal foram questões
pontuais e não representavam o pensamento da maioria dos profissionais.
Efraim Filho disse que é preciso valorizar o servidor da segurança pública
como forma de combater a escalada da violência no País e que, durante a
audiência, não se tratou de nenhum tipo de incitação dos policiais.
Ministério da Segurança
O deputado destaca as medidas
discutidas durante o encontro, como a criação do Ministério da Segurança
Pública, “pois hoje a segurança é apenas um órgão fracionário do Ministério da
Justiça e já não comporta o debate que a segurança pública necessita”.
O parlamentar destacou também a criação de um Fundo Nacional de Segurança
Pública. “Se a educação é atividade fim do Estado, assim como a saúde, e essas
áreas têm garantia de aplicação mínima de recursos, a segurança também deverá
ter essa garantida mínima.”
Um outro tema discutido na reunião, de acordo com o parlamentar, foi a
questão da anistia aos bombeiros e aos policiais, “porque o tratamento que vem
sendo dado a eles tem tido uma discrepância, inclusive [similar] ao que é dado a
crimes hediondos."
Militares expulsos
Catorze bombeiros do Rio de Janeiro
que participaram do movimento grevista foram expulsos da corporação. Dezenove
policiais militares tiveram o mesmo destino. Entre os militares expulsos está o
cabo Benevenuto Daciolo, considerado um dos líderes do movimento dos
bombeiros.
Daciolo conta que ficou preso durante 17 dias em uma penitenciária do Rio, ao
voltar da Bahia, onde a greve ganhava força no início de fevereiro. O bombeiro
nega a prática de incitação ostensiva, motivo de sua expulsão.
"Só houve diálogo com parlamentares, fomos lá levar a paz”, observou o cabo.
“E quando voltamos para o estado do Rio de Janeiro, sou abordado no Aeroporto
Internacional do Galeão, sem mandado de prisão e levado para Bangu 1",
lembrou.
Votação da PEC 300
Para o deputado Mendonça Prado
(DEM-SE), autor do requerimento para audiência, a Câmara deve aprovar projeto
que concede anistia aos grevistas e propostas para solucionar a questão
salarial. "Nós não podemos conceber que um estado como o Rio de Janeiro, que tem
a segunda maior arrecadação do País, pague apenas R$ 900 para um bombeiro
militar, para as tarefas e a gravidade dos problemas que eles enfrentam. É
necessário que haja valorização para que a população tenha serviços também de
qualidade."
O deputado defendeu ainda a votação do segundo turno da PEC 300, que fixa um
piso salarial nacional para bombeiros e policiais militares dos estados. De
acordo com Mendonça Prado, a solução está na adoção do piso e a criação de um
fundo constitucional para complementar a folha de pagamento da segurança pública
dos estados.
Fonte: Agência Câmara - 08.02.2012
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